Porque atrai talento o Sporting enquanto o Porto mal consegue pagar ordenados?

 Foi notícia hoje que o Porto corre o risco de não pagar os ordenados de Setembro. É uma notícia que choca o adepto mais desatento mas é algo pelo qual muitos clubes vão passar se não evoluírem.

O Porto é um clube com prestações constantes na Liga dos Campeões, só por isso já deveria não ser complicado ter as finanças orientadas mas... não tem. E hoje a capa d'A Bola ajuda a explicar um dos principais motivos. Corona pede seis milhões para renovar. Seis milhões que, segundo o mesmo jornal, é o que aufere Otávio. Com este tecto salarial é impossível não haver clivagens notórias no plantel. Será também este um dos principais motivos que levou, época após época, o Porto a perder jogadores (Brahimi, Marega, Herrera, etc) a custo zero.

O desaproveitamento de jogadores da formação é outro sintoma gritante. Diogo Leite foi emprestado ao Braga e Fábio Vieira está a seis meses de poder assinar livre por outro clube. A utilização de jogadores jovens é inimiga das comissões em negócios.

Também o Sporting esteve em risco de estar num cenário semelhante. O número de jogadores com salários elevados era insustentável e obrigava à tal assimetria entre jogadores estrangeiros e jovens da formação.

Aquilo que soou a "desinvestimento" foi a única maneira de equilibrar as finanças do clube. A diferença entre Tiago Tomás e Bas Dost (6 milhões) seria incrivelmente superior à entre Tiago Tomás e Paulinho. Também acabou por se conseguir capitalizar a formação. Em comparação com Diogo Leite, Gonçalo Inácio é titular no Sporting. Vendeu-se Acuña por ~10M, apostou-se em Nuno Mendes e conseguiu-se vender também Nuno Mendes por 47M. É por estes motivos que o Sporting conseguiu atrair Gonçalo Esteves e Marco Cruz, dois dos maiores talentos da sua geração.

Num mundo com metade da lotação e empresas a falir, a sustentabilidade é o único caminho para os clubes poderem sobreviver. Daí ser tão importante cumprir os orçamentos à risca e, acima de tudo, não entrar em loucuras. Loucuras como, por exemplo, contratar João Mário que pedia cinco milhões anuais quando Coates recebe dois.



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